Les Filets d’Hyphes está na Crac Occitanie, no Sul de França, e Ciguatera está no Ocean Space, em Veneza
A instalação Nets of Hyphae (o título em inglês), que já passou pela Galeria Municipal do Porto (2020) e pela Kunsthall Trondheim (2021), chegou no início de julho à CRAC Occitanie, em Sète. Desta vez comissariada por El Tuprin e Filipa Oliveira, e em parceria com Anozero’21-22 – Coimbra Bienal de Arte Contemporânea, Nets of Hyphae é uma grande instalação com múltiplas projeções vídeo, serigrafias sobre tecido, e peças sonoras.




Contam-se uma série de histórias que têm como ponto de partida o Claviceps purpurea, também conhecido como o esporão do centeio (ou parasita da cravagem), um fungo parasita que causa convulsões, sensações de ardor, e alucinações. Na Idade Média era a causa do ergotismo ou Fogo de Santo António, e em pequenas doses, era utilizado por curandeiras para provocar abortos. As peças de Policarpo traçam relações por entre essas práticas, a saúde das mulheres, a justiça reprodutiva, e o mundo contemporâneo.









Entretanto, Policarpo tem outra grande exposição, The Soul Expanding Ocean #4: Diana Policarpo. Ciguatera, comissariada por Chus Martínez, que inaugurou em abril no espaço Ocean Space, na Chiesa di San Lorenzo, em Veneza. Ciguatera é uma grande instalação multimédia com filme e som, e é composta por várias esculturas de grande escala, a maior instalação até à data da artista.



O ponto de partida desta instalação foi uma viagem de pesquisa às Ilhas Selvagens, parte da Madeira, a norte do oceano Atlântico. Ciguatera, é uma doença de quem navega muito e de populações que vivem no litoral. Causada por peixe contaminado, esta doença provoca vómitos, náuseas, e como o esporão do centeio, alucinações.






Ciguatera fica até 2 de outubro no espaço Ocean Space, em Veneza. Ao mesmo tempo decorre a 59ª bienal de arte de Veneza, comissariada por Cecilia Alemani, intitulada The Milk of Dreams (como o livro de Leonora Carrington), que reúne pela primeira vez mais de 90% de mulheres artistas. Les Filets d’Hyphes fica até 31 de julho no Centre Régional d’Art Contemporain da Occitanie/Pyrénées-Méditerranée.