Duarte
Isabel Carvalho
O universo de Isabel Carvalho constrói-se entre as artes visuais e a escrita, centrando-se na linguagem e no seu potencial criador e transformador. O seu trabalho desenvolve-se através do desenho, pintura, escultura, instalação e performance, mas também por meio da literatura, edição de livros, revistas, blogues e websites, cartazes e publicações de artista. Eliminando fronteiras entre o erudito e o popular, abraça as ideias de amadorismo, desapropriação autoral, encontro, troca e colaboração, às vezes ficcionando-as com recurso a heterónimos, nomeadamente a Clara Batalha.
Carvalho apoia-se no registo diarístico de acontecimentos banais, nos jogos de palavras e nos anagramas. Explora a linguagem enquanto construção cultural, estando particularmente atenta à comunicação não-verbal, ao desejo e ao erotismo nas identidades feminina e queer, ao cuidado do outro, à ecologia, à economia e à política.
A autogestão faz parte de uma prática de intervenção continuada de Isabel Carvalho na criação de territórios independentes, sobretudo na e a partir da cidade do Porto, Portugal. Engloba a autopublicação, a gestão e programação de espaços expositivos, a organização de residências e cozinhas comunitárias, a realização de concertos de música e spoken word ou a criação e manutenção de plataformas digitais, entre outras ações poéticas e concretas.